quarta-feira, 24 de julho de 2013

O parlamento das cagarras

in Público

O ataque a Maria Luís Albuquerque é próprio de uma esquerda corporativa sem escrúpulos, nem um mínimo de elegância

O tal Pin(a) cor-de-rosa passou informação, diz ele, a Maria Luís Albuquerque. Só pode ter sido entre dois pasteis de bacalhau e uma taça de Duque de Viseu!

Coisa tão séria quanto a especulação em massa promovia durante o governo de José Sócrates, nomeadamente recorrendo a SWAPs especulativos, para alimentar as insaciáveis empresas públicas dos boys & girls do Bloco Central (e do PCP-Intersindical) não teria sido matéria suficientemente importante para uma transmissão um pouco mais formal da pasta, com memorando apenso, descrevendo os assuntos mais urgentes e graves?

Quem pode crer nesta corja socratina?

O tal Pin(a) rosé diz que que disse! E como estavam os pasteis de bacalhau da Versailles, lembra-se?

Repito: coisa tão séria não teria sido matéria para uma transmissão um pouco mais formal da pasta, com memorando apenso descrevendo os assuntos mais urgentes e importantes?

E como o Pin(a) rosado diz que disse, o Bloco de Esquerda, zumba: convocou logo a ministra ao parlamento, como se fosse uma sangria desatada.

Quem pode levar a sério as dores destas cagarras bloquistas?

Na realidade, a antecipação dos resultados do défice, das exportações, do turismo e do crescimento, sobretudo a norte do Mondego, foi o verdadeiro gatilho da crise política e do nervosismo da esquerda corporativa... Portas, Cavaco e ainda Seguro (à boleia) aproveitaram para ganhar terreno.

Eu gosto da nova ministra. É loira, mas não é burra. E mais: Maria Luís, além de Albuquerque, é de Braga.

As galegas de origem céltica e sueva podem fazer toda a diferença num país ultimamente dominado por beduínos algarvios e contrabandistas beirões.  Sem ofensa para os beduínos, nem para os beirões, claro.

Há gente séria em toda a parte!


POST SCRIPTUM

Parece que andava enganado sobre esta senhora...

  • Maria Luís Albuquerque recebeu informação detalhada de 145 "swap". JN, 25/7/2013. 
 Ou talvez não!
  • Neste jogo de sombras parece agora claro que a ministra não mentiu! E que:

    1) o governo anterior autorizou a esmagadora maioria dos SWAPS, essencialmente destinados a esconder de Bruxelas, dos orçamentos do Estado, e dos portugueses, despesa pública escandalosa;

    2) o governo de José Sócrates não transmitiu formalmente nenhuma informação sobre SWAPs ao novo governo empossado (uma conversa meramente verbal não faz prova de responsabilidade do anterior governo nos SWAPs que ordenou ou induziu — et pour cause!);

    3) finalmente, os emails do diretor geral Pedro Felício hoje revelados, não podem ser considerados informação do ex-governo ao atual governo, mas sim informação técnica de uma DG para o governo atual, a qual começou, aliás, por ser muito incompleta...

    Público: "Reiterando que a informação sobre os swaps não constava na pasta de transição que recebeu do anterior Governo, Maria Luís Albuquerque rejeitou ter desvalorizado o problema, defendendo que só foram tomadas medidas em 2013, porque antes tinha que “ser conhecido no seu conjunto”.

    “Tínhamos conhecimento de 146 ou 147 operações e acabaram por ser analisadas mais de 250, porque foi preciso ir à procura do histórico”, exemplificou."

Última atualização: 25/7/2013, 23:51 WET

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